O Tornozelo
O Tornozelo
Somos nós que escolhemos o caminho da perdição ou o caminho da perdição que nos escolhe a nós? O caminho da perdição pode ser qualquer um que se queira, se para isso nos for dada escolha. Fernando perde-se por um tornozelo de uma mulher que nos é velada, num percurso simultaneamente absurdo e trágico. Catarina inicia o seu caminho a partir do final do percurso de Fernando. Segue a torto ou a direito, que no fim não se sabe nunca onde se vai parar: um caminho pode ser isso mesmo ou o pretexto para uma reflexão mais profunda, por vezes irónica, outras desencantada, mas sempre lúcida, sobre o sentido da(a) vida(s). Em O Tornozelo são vários os percursos que se cruzam sem um fim que seja o deles, nem de quem escolheu percorrê-los. Talvez apenas Catarina faça uma escolha, que não é a que queremos, mas aquela que a levará a encontrar-se. O fim é o princípio, quando se percebe que a perdição poderá ser o princípio de todas as coisas, independentemente do que se queira: perder-se ou salvar-se.
Autor(a): Regina Duarte
Editora: Plátano Editora